Tipos de Vegetação
A viagem é, ou pode ser, uma (grande) parte de uma aventura de RPG. Para isso, uma boa descrição da vegetação é essencial para o andamento, assim como o entendimento, dos fatos que se desenvolvem em determinada região.
Abaixo trazemos algumas informações importantes sobre a vegetação que se localiza, principalmente, no Brasil, e que pode ser colocada na sua aventura de RPG sem problema algum.
Descrevemos a vegetação brasileira, pois é mais fácil de ser “visualizada”. Nem todos viajam para o Alasca para ver a tundra! Cada um, em sua região, conhece a vegetação que o cerca, então, por que não usá-la em uma aventura? Será bem mais fácil para o mestre, e, principalmente, para os jogadores!
Bom uso e boa diversão,
Autor: Dantas
E-mail: dantas5@yahoo.com.br
Na net: http://www.projetogurps.com.br/
Definição de vegetação
É o conjunto de plantas de uma região. Há vários tipos de vegetação que se desenvolvem de acordo com os fatores climáticos – sobretudo umidade, temperatura e luz – fundamentais à realização de seus processos vitais. A maior diversidade de formações vegetais ocorre em regiões de baixa latitude, onde a chuva abundante, a alta temperatura e a luz intensa propiciam o aparecimento de milhares de espécies. À medida que se aproxima dos pólos, onde há escassez de luz e baixa temperatura, a variedade diminui.
Vegetação no RPG
Esta é uma parte do cenário quase esquecida pelos mestres (um erro). É dada tanta importância ao clima que se deixa a vegetação invisível, porém, para um ranger/escoteiro/druida/professor-de-biologia, por exemplo, o detalhamento completo da vegetação seria essencial para a sobrevivência. Com a separação do conceito clima, relevo e vegetação será possível a criação de lugares que não são vistos na terra e, assim, tornar a viagem mais surpreendente: No fundo daquele vale, encontra-se um mangue congelado, e agora, Brasil?
Muitas vezes a vegetação é confundida com o relevo, por exemplo, a montanha é um acidente geográfico e sua vegetação não está subentendida. Nem toda a montanha precisa ser agreste e/ou gelada, principalmente quando se joga RPG, onde tudo pode acontecer. Mas o pior ainda está por vir. É um tanto comum nas aventuras de RPG: “Vocês avistam uma floresta”. A floresta que, no caso, é o detalhamento mais aproximado de vegetação que se ouve, pode ter milhões de faces e milhões de variáveis.
Uma floresta não precisa ser a floresta “padrão Européia”, ou, no caso da fantasia, uma floresta “padrão elfica” de árvores gigantes. Uma floresta, dependendo da criatividade do mestre, pode ser muito mais que um conjunto de árvores em determinada área. Porém, é claro, que nem todos os PCs tem o conhecimento físico de um livro de geografia, ou seja, mesmo que o mestre seja único que saiba, vale a pena ter em mãos uma boa descrição da “floresta”, ou pântano, ou planície, ou montanha..., para, no mínimo, ter-se mais facilidade na “tabela de encontros”.
Segue abaixo a descrição de “vegetações” encontradas no Brasil, além do mais, chega de floresta de pinheiros e dos pantanos da Carolina do Sul:
Os Mangues
Os manguezais são ecossistemas de grande importância no equilíbrio ecológico, sendo um berçário favorável para o desenvolvimento de muitas espécies de animais e plantas. O primeiro contato com um ecossistema de manguezal pode deixar muitas pessoas desapontadas, além do mais, eles tem a aparência de um “pântano ensolarado”, porém, com o conhecimento desse local tão cheio de vida, pode-se ter uma visão completamente diferente. Só quem vivencia diariamente as riquezas de um manguezal sabe o quanto é importante a sua preservação. Vários produtos podem ser obtidos dos manguezais como remédios, álcool, adoçantes, óleos, tanino, aquela planta mágica necessária para a realização da poção da invisibilidade e etc...
Dos mangues a população próxima pode (e o faz) retirar boa parte das proteínas (mariscos e peixes), tão essenciais para a subsistência. Curandeiros empregam diferentes produtos vegetais fazendo uso de suas propriedades bactericidas e adstringentes na cura de várias moléstias comuns ao ambiente. O tanino, produto obtido da casca das árvores, serve para proteger as redes e as velas das embarcações.
Como se pode notar, o manguezal tem muito a oferecer, porém o seu potencial deve ser utilizado de maneira racional, de forma sustentada, atendendo às suas necessidades de recomposição como período de desovas, crescimento das espécies vegetais, entre outras necessidades... Ou seja, a fábrica do Lorde Cockrane não pode se instalar nesta área, que é o único meio de sobrevivência da população desamparada e oprimida pelo tirano.
Embora seja um ecossistema tropical, também pode ocorrer em climas temperados, sendo normalmente substituído por outros ecossistemas mais adequados às altas latitudes, como as marismas.
Efeitos na Aventura
Os mangues são terrenos muito ruins e possuem acesso difícil, geralmente são alagados. O melhor meio de transporte, muitas vezes, é o barco! Mesmo assim, caso algum grupo de aventureiros queira por ele passar, recomenda-se o coturno e o deslocamento caí para 20% do normal. As regras, que variam de sistema para sistema, a serem usadas são parecidas com as de um “pântano padrão”.
Florestas Tropicais
Desenvolve-se nas baixas latitudes, em regiões quentes e úmidas. Possui folhas perenes e largas (latifoliadas), que absorvem mais energia solar. A cobertura vegetal é densa e contínua, com espécies que chegam a atingir até 60m de altura. Com solos geralmente pobres, retiram seus nutrientes do húmus formado da decomposição de galhos, troncos e folhas.
A Mata Atlântica
A riqueza das espécies animais e vegetais que ainda se abrigam na Mata Atlântica é espantosa. Em alguns trechos remanescentes de floresta os níveis de biodiversidade são considerados os maiores do planeta.
Espécies imponentes de árvores são encontradas na região, como o jequitibá-rosa, de 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Nesse cenário também se destacam várias outras espécies: o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os ipês, a braúna e o pau-brasil, entre muitas outras. Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas matas de altitude onde a neblina é constante. Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região. Vivem na área gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis etc. A Mata Atlântica, por muito tempo, propiciou lucro fácil ao homem. Madeira, orquídeas, corantes, papagaios, ouro, prata, produtos agrícolas e muito mais serviram ao enriquecimento de muita gente. A Mata Atlântica esconde, também, incríveis belezas naturais como cavernas, nascentes e cachoeiras cristalinas.
Amazônia
O ecossistema é frágil. A floresta vive do seu próprio material orgânico. O ambiente é úmido e as chuvas, abundantes. A menor imprudência pode causar danos irreversíveis ao seu equilíbrio delicado. Na Amazônia vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies existentes no planeta. Além de 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do mundo), a Amazônia também abriga água, muita água. Todos os números que envolvem indicadores desse bioma são enormes. Uma boa idéia da exuberância da floresta está na fauna local.
Das 100 mil espécies de plantas que ocorrem em toda a América Latina, 30 mil estão na Amazônia. A diversidade em espécies se repete na fauna da região. Os insetos, por exemplo, estão presentes em todos os estratos da floresta, e podem, com certeza, deixar qualquer pessoa, no mínimo, muuuito nervosa! Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em locais íngremes, como o esquilo, exploram os níveis baixos e médios.
Os locais mais altos são explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de frutas, brotos e castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O nível intermediário é habitado por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas aves.
No extrato terrestre estão os jabutis, cutias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, por sua vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte, que podem ser encontrados com uma freqüência desagradável...
Um guia nesta floresta de tão grande porte é essencial. Um avião pode cair enquanto cruza a Floresta e, neste caso, boa sorte para tripulantes! A floresta (no caso da nossa Amazônia) é tão grande que ainda existem tribos indígenas que não foram descobertas, assim como reservas inteiras que só são localizadas por avião e GPS.
Efeitos na Aventura
A floresta tropical, tanto amazônica como atlântica, é um terreno ruim para a travessia. Nas áreas de mata cerrada, torna-se muito difícil! Nas melhores partes, um homem normal consegue se locomover à metade de seu deslocamento normal. Sem um conjunto de conhecimentos adequados, será impossível “viver” por lá, ou mesmo, passar uma semana de acampamento volante.
Os Campos
Esse tipo de vegetação é encontrado em dois lugares distintos: os campos de terra firme (savanas de gramíneas baixas) são característicos da região Equatorial e os campos limpos (estepes úmidas) são típicos da região Sub-Tropical.
De um modo geral, o campo limpo é destituído de árvores, bastante uniforme e com arbustos espalhados e dispersos. Já nos campos de terra firme as árvores, baixas e espaçadas, se integram totalmente à paisagem. Em ambos os casos o solo é revestido de gramíneas, subarbustos e ervas.
No sul, os campos formados por gramíneas e leguminosos nativos se estendem como um tapete verde por mais de 200.000 km2, tornado-se mais densas e ricas nas encostas. Nessa região, com muita mata entremeada, a chuva distribue-se regularmente pelo ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. Tais condições climáticas acabam favorecendo ao crescimento de árvores. Bem diferentes, entretanto, são os campos que dominam áreas do Norte do país.
No sul, o clima é ameno e o solo naturalmente fértil. As junções destes dois fatores favoreceram a colonização acelerada, com isso são alcançados elevados índices de produtividade na região. É nesta região que ocorre o chamado "Pampa", áreas planas e abertas, revestidas de gramíneas e outras plantas encontradas de forma escassa, como tufos de capim que atingem até um metro de altura.
Pode-se encontrar, entre os campos, os banhados, isto é, ecossistemas alagados com densa vegetação de juncos, gravatás e aguapés que criam um habitat ideal para uma grande variedade de animais como garças, marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras.
Mas enquanto sobra água no Sul, os campos do Norte se caracterizam por áreas secas e de florestas dominadas pelas palmeiras. Tais florestas se situam entre a Amazônia e a Caatinga e se formam a partir do desmatamento da vegetação nativa. Livre da competição de outras plantas, as palmeiras de babaçu e carnaúba, o buriti e a oiticica se desenvolvem rapidamente. Algumas chegando a atingir até 15 metros de altura. Existem também áreas de campos "naturais", com vegetação de porte mais raquítico, que ocorrem como manchas no norte da floresta Amazônica.
Devido à riqueza do solo, as áreas cultivadas do Sul se expandiram rapidamente sem um sistema adequado de preparo, resultando em erosão e outros problemas que se agravam progressivamente. Os campos são utilizados na produção de arroz, milho, trigo e soja, às vezes em associação com a criação de gado. A desatenção com o solo, entretanto, leva à desertificação.
A criação de gado e ovelhas também faz parte da cultura local. Porém, repetindo o mesmo erro dos agricultores, o pastoreio está provocando a degradação do solo. Na época de estiagem, quando as pastagens secam, o mesmo número de animais continua a disputar áreas menores. Com o pasto quase desnudo, cresce a pressão sobre o solo que se abre em veios. Quando as chuvas recomeçam, as águas correm por essas depressões dando início ao processo de erosão. O fogo utilizado para eliminar restos de pastagem seca torna o solo ainda mais frágil.
Ou seja, este é um local ideal para a sobrevivência, porém, mesmo assim, quanto mais nele se vive, mais ele se acaba. Será que, quando tudo estiver destruído, em um futuro indesejável, a população migrará e o ciclo recomeçará?
Efeitos na Aventura
Sem muitos problemas para a travessia (além do clima e do relevo...), é possível cruzar os campos em velocidade normal, com ou sem montaria. As estradas, se existirem na região (o que pode variar conforme o cenário), com certeza, são de grande ajuda para a travessia. Podendo aumentar ainda mais a velocidade.
O Cerrado
Distribui-se pela faixa intertropical do planeta, também em baixas latitudes. As áreas mais úmidas são formadas por plantas rasteiras e pequenas árvores, enquanto nas regiões mais secas predomina a vegetação espinhosa.
O Cerrado é uma savana tropical na qual a vegetação herbácea com mais de 420 espécies de árvores e arbustos esparsos. O solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem altos níveis de ferro e alumínio.
Estima-se que a flora da região possua 10 mil espécies de plantas diferentes (muitas delas usadas na produção de cortiça, fibras, óleos, artesanato, além do uso medicinal e alimentício). Isso sem contar as 400 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos e 30 tipos de morcegos catalogados na área, esses últimos, são alvos de grande supertição. O número de insetos é surpreendente. Em uma pequena área foram registradas 90 espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e vespas, vender repelente podia dar dinheiro, porém, talvez, você encontre problemas com o Illuminati da Bavária, mas não diga de onde você conseguiu esta informação!
O problema do Cerrado não se resume apenas ao reduzido número de áreas de conservação, à caça ilegal ou ao comércio ilícito de peles, que já seriam questões suficientes para preocupação. O problema maior tem raízes nas políticas agrícola e de mineração impróprias e no crescimento da população. A ocupação da região é desejável, mas desde que aconteça racionalmente. Até o momento, o desenvolvimento da agricultura tem trazido graves conseqüências para a natureza. Um dos mais sérios problemas decorre do uso de técnicas falhas que deixam o solo desprotegido durante épocas de chuvas torrenciais. Paralelamente, cresce o aparecimento de novas pragas e doenças nas monoculturas estabelecidas. A fauna encontrada na região também recebe pouca atenção no que concerne à sua conservação e proteção.
Efeitos na Aventura
É o mesmo que o campo.
A Caatinga
O mês é agosto e a temperatura do solo - muito seco - chega a 60oC. O sol forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos mais estreitos, secam e param de correr. O cenário árido é uma descrição da Caatinga - que na língua indígena quer dizer Mata Branca - durante o prolongado período de seca correspondente ao inverno. Quando chega o verão, as chuvas encharcam a terra e o verde toma conta da região, mas nem sempre é assim, nem sempre se pode contar com as chuvas de verão...
Quando não chove, o homem do sertão e sua família sofrem muito. Precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo. Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25oC e 29oC) provoca intensa evaporação. Por isso, somente em algumas áreas próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior, a agricultura se torna possível.
Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semidesertos nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não refresca, incomoda. A vegetação adaptou-se ao clima para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas, ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Algumas das espécies mais comuns da região são a amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro.
O homem complicou ainda mais a dura vida no sertão. Os primeiros a chegar pouco entendiam a fragilidade da Caatinga, cuja aparência árida denuncia uma falsa solidez. Para combater a seca foram construídos açudes para abastecer de água os homens, seus animais e suas lavouras.
A salinização do solo é uma realidade. Especialmente na região, onde os solos são rasos e a evaporação da água ocorre rapidamente devido ao calor. A agricultura nessas áreas tornou-se impraticável.
A Caatinga se transforma em deserto devido à interferência do homem sobre o meio ambiente da região. As siderúrgicas e olarias também são responsáveis por este processo, devido ao corte da vegetação nativa para produção de lenha e carvão vegetal.
A Caatinga é coberta por solos relativamente férteis. Embora não tenha potencial madeireiro, exceto pela extração secular de lenha, a região é rica em recursos genéticos, dada sua alta biodiversidade. Por outro lado, o aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente.
A Caatinga apresenta três estratos: arbóreos (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros).
Contraditoriamente, a flora dos sertões, constituída por espécies com longa história de adaptação ao calor e à secura, é incapaz de reestruturar-se naturalmente se máquinas forem usadas para alterar o solo. A degradação é, portanto, irreversível na Caatinga.
No meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende com suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo. Essas ilhas são o local ideal para o refúgio e sobrevivência de um clã em um mundo caótico, porém, encontrar uma ilha vaga é tão difícil como, como diziam no séc XX, “ganhar na loteria”.
Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascente na região permanecem secos por cinco a sete meses do ano.
Quando chove, no início do ano, a paisagem muda muito rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a engordar. Na Caatinga vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. Outros animais da região são o sapo-cururu, asa-branca, cotia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o sagui-do-nordeste, entre outros.
Efeitos na Aventura
Basicamente, a movimentação é igual à dos campos, porém, no caso da caatinga e suas altas temperaturas, a viagem pode ser um tanto quanto desagradável e, deste modo, exigir um pouco mais do aventureiro.
Em termos burocráticos, a temperatura dessa região exige um teste de resistência, que pode ser substituído por uma perícia adequada, a cada 30 minutos. As queimaduras são outro problema, juntamente com o dano que elas causam (aquela dor que incomoda...), que varia de sistema para sistema.
O Pantanal
Destaca-se pela riqueza da fauna, onde dividem espaço 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis. As chuvas fortes são comuns no Pantanal. Os terrenos, quase sempre planos, são alagados periodicamente por inúmeros córregos e vazantes entremeados de lagoas e leques aluviais. Ou seja, muita água. Na época das cheias estes corpos comunicam-se e mesclam-se com as águas do Rio Paraguai, renovando e fertilizando a região.
O equilíbrio desse ecossistema depende, basicamente, do fluxo de entrada e saída de enchentes que, por sua vez, está diretamente ligado à “pluviosidade” regional. De forma geral, as chuvas ocorrem com maior freqüência nas cabeceiras dos rios que deságuam na planície. Com o início do trimestre chuvoso nas regiões altas (a partir de novembro), sobe o nível de água do Rio Paraguai provocando, assim, as enchentes.
As águas vão se espalhando e cobrindo, continuamente, vastas extensões em busca de uma saída natural, que só é encontrada centenas de quilômetros adiante no encontro do Rio com o Oceano Atlântico. As cheias chegam a cobrir até 2/3 da área pantaneira. A partir de maio, então, inicia-se a "vazante" e as águas começam a baixar lentamente. Quando o terreno volta a secar permanece, sobre a superfície, uma fina camada de lama humífera (mistura de areia, restos de animais e vegetais, sementes e húmus) propiciando grande fertilidade ao solo. Dizem que os Elfos se alimentam desta lama, porém, não se sabe por que, os elfos, quando escutam isso, se sentem ofendidos.
A natureza faz repetir, anualmente, o espetáculo das cheias proporcionando ao Pantanal a renovação da fauna e flora local. Esse enorme volume de água, que praticamente cobre a região pantaneira, forma um verdadeiro mar de água doce onde milhares de peixes proliferam. Peixes pequenos servem de alimento a espécies maiores ou a aves e animais, formando, deste modo, uma teia alimentar.
Quando o período da vazante começa, uma grande quantidade de peixes fica retida em lagoas ou baías, não conseguindo retornar aos rios. Durante meses, aves e animais carnívoros (jacarés, ariranhas etc) têm, portanto, um farto banquete à sua disposição. As águas continuam baixando mais e mais e nas lagoas, agora bem rasas, peixes como o dourado, pacu e traíra podem ser apanhados com as mãos pelos homens. Aves grandes e pequenas são vistas planando sobre as águas, formando um espetáculo de grande beleza.
O resultado da destruição do solo (garimpo, agricultura desordenada...) é o assoreamento dos rios (bloqueio por terra), fenômeno que tem mudado a vida no Pantanal. Regiões que antes ficavam alagadas nas cheias e completamente secas quando as chuvas paravam, agora ficam permanentemente sob as águas.
Efeitos na Aventura
A travessia, muitas vezes, só é possível de barco, em suas áreas alagadas, o pantanal torna-se um terreno muito ruim para o deslocamento por “terra”, mesmo assim, a tentativa é válida e a velocidade de um “homem-padrão”, cai 20%.
Já nas partes secas, caso o período do ano seja propício ou exista no cenário (RPG pode tudo!), podem ser encaradas como terrenos “não-ideais”, porém, mesmo assim, com possibilidade de travessia (metade da velocidade).
É claro que uma estrada facilita, e muito, todo o trabalho que se tem de andar “abrindo caminho” e, com elas, dependendo do estado de conservação, a velocidade pode aumentar.
A Araucária
Uma árvore alta, copa de formato peculiar, figura imponente e característica freqüente na paisagem. É a araucária.
Conhecida como "pinheiro-do-paraná", a araucária angustifólia pertence a uma família pequena, nativa somente do hemisfério sul, que abrange apenas dois gêneros: o Aghatis, natural da Austrália e a Araucária, que aparece no Chile, Argentina e sul do Brasil. Apesar de abundantes nestas regiões, os pinheirais de araucária não são homogêneos como as florestas européias: a árvore aparece misturada a muitas outras plantas, como, por exemplo, a imbuia a erva-mate, bambu e diversas herbáceas.
O pinheiro-do-paraná cresce muito: chega a medir 50 metros de altura, com diâmetro de até 2 metros. Sobranceiro, o tronco ergue-se reto, sem nenhum desvio e se ramifica apenas no topo, formando a peculiar copa: os ramos desenvolvem-se horizontalmente com as pontas curvadas para cima; superpostos uns aos outros, formam vários andares. Logo abaixo da copa, nos pinheiros mais antigos aparecem, às vezes, alguns tocos de ramos, quebrando a simetria característica.
É planta dióica, isto é, suas flores, masculinas ou femininas, nascem separadas, em árvores diferentes. Assim, um pé de pinheiro-do-paraná tem inflorescências (chamadas estróbilos) somente masculinas ou somente femininas. Cortar todas as árvores femininas seria um tanto quando difícil e utópico (digno de um cientista louco), porém decisivo na reprodução.
Tanto as inflorescências masculinas, quanto às femininas, são formadas de membranas coriáceas, duras, que se conservam por muitos anos. As primeiras têm forma cilíndrica e as famosas pinhas, tão usadas nos enfeites de natal, não são mais do que as flores femininas agrupadas.
Quando chega a época da reprodução, o vento transporta o pólem das inflorescências masculinas para as femininas. É o tipo de polinização que os botânicos denominam anemófila. A araucária é uma gimnosperma (gimno = nu sperma = semente); por isso, após o óvulo ser fecundado, ele se transforma em semente, que não tem a defesa do ovário: fica envolta numa espécie de folha modificada, a escama de cobertura. Abrigando a semente, o tecido desta folha protetora torna-se fibroso. É a semente assim protegida que se chama comumente pinhão. Uma árvore feminina produz uma média anual de 80 inflorescências, cada uma com cerca de 90 pinhões.
O pinheiro-do-paraná é uma árvore útil: pode-se dizer que tudo nela é aproveitável, desde a amêndoa, no interior dos pinhões, até a resina, que destilada fornece alcatrão, óleos diversos, terebintina e breu, para variadas aplicações industriais.As sementes são ricas em amido, proteínas e gorduras, constituindo assim em alimento bastante nutritivo. É comum ver bandos de pássaros, principalmente periquitos e papagaios, pousados nos galhos das araucárias, bicando as amêndoas. Também se costuma alimentar os porcos com pinhões.
Mas é a madeira que reúne maior variedade de aplicações. Em construção, é usada para forros, soalhos e vigas. Vastas áreas de pinheirais são cultivadas exclusivamente para confecção de caixas e palitos de fósforo. E a madeira serve até em mastros de embarcações. Em aplicações rústicas, os galhos são apenas desbastados e colhidos para, quase ao natural, transformarem-se em cabos de ferramentas agrícolas.
A utilidade do pinheiro não para aí: estende-se ao importante campo da fabricação de papel. Da sua madeira obtém-se a pasta de celulose que, após uma série de operações industriais, fornece papel.
Efeitos na Aventura
Esta “Floresta de pinheiros padrão” tem as mesmas regras de movimentação que a maioria das florestas, porém, neste caso, as estradas são mais comuns (usadas, nos piores casos, para a extração ilegal da madeira). Caso fora de uma estrada, a velocidade cai à metade.
Ingredientes:
Alguns livros de geografia + sites sobre vegetação + criatividade + tempo + idéias malucas + passagens do GURPS Módulo Básico.
Comentários Pertinentes
Uma estrada ajuda, e muito, a vida de todo o viajante, porém, com certeza, não haverá uma estrada mágica até a torre do mago (ou haverá, depende da dificuldade...).
Não é qualquer um que pode se aventurar por aí (na verdade pode, mas será “di mattar”) então, o conhecimento para a sobrevivência e um bom guia, são indispensáveis e garantirão, ou não, o sucesso da missão.
Procure mais informações sobre a vegetação que você escolher para o seu cenário, este é, apenas, um “resumão” para que os mestres modifiquem a paisagem e, assim, com certeza, surpreendam os jogadores.